quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Eleições?...




Ao nos depararmos essa palavra, “eleição”, percebemos que ela se refere a uma escolha a qual se pressupõe ser a “melhor” escolha entre todas as opções. E é isso mesmo, uma escolha. Essa escolha é a forma mais livre e objetiva de se estabelecer um laço visível entre um povo e aqueles que os governa.

Entretanto no Brasil, apesar de toda obrigatoriedade, todas as campanhas de incentivo e o acesso aos meios de votação, percebemos um movimento de afastamento entre as pessoas e a política. O brasileiro está cada vez mais enfadado com os resultados das decisões legislativas, com a impunidade dos governantes, com a restrição cada vez mais clara de direitos e com constantes escândalos envolvendo nossos dirigentes. E não é para menos, portanto, que o brasileiro veja na política algo que não apresenta uma saída, que sempre foi e sempre será o que é: um universo paralelo onde leis e regras não se aplicam da mesma forma.

Por outro lado, o resultado positivo da economia e o fortalecimento do Brasil como potência mundial obscurecem a imagem corrupta de nossos governos. Mas não é assim na vida particular das pessoas? Percebemos a desonestidade no dia-dia, pessoas que poderiam muito, mas se satisfazem com a miséria, que se alegram com um troco dado a maior, em conseguir furar uma fila, com um produto que veio a mais na sacola de compras. Essas mesmas pessoas ostentam uma imagem de vitória e de que tudo se encontra sob controle. É de concluir que o governo é a imagem ampliada de nossa realidade particular. E é óbvio que Deus não deseja isso.

Quando Deus permitiu que houvesse reis em Israel (conforme está escrito na Bíblia em 1 Samuel, cap. 8), Deus próprio era o Governo, todavia o povo pediu um rei de carne e osso o qual pudessem ver e que pudesse ir à frente do povo em suas batalhas. Deus advertiu o povo sobre os privilégios do rei e assim se sucederam diversas mazelas... Voltando para os dias atuais, percebemos que a situação não mudou e as mesmas falhas se repetem. Qual a causa disso? O povo perdeu o foco, o próprio povo se corrompeu, o próprio povo se esqueceu de seu papel. Um grande número de hipócritas é um povo que não sabe ser honesto em pequenas coisas e cobra de seus representantes honestidade.

Poderia dizer que um povo sem Deus tende a ser corrompido, mas não cheguei ainda nesse ponto. Ser honesto, lutar por seus direitos, ser bom e atento, não tem muito a ver com religião específica: tem a ver com caráter e todos os povos e religiões prezam por esses princípios. Poderia então dizer que o povo brasileiro não tem tempo pra essas coisas de política. Mas se encontram bares cheios, show megalomaníacos, onde somente a batida dos sons importa e a consumação dos prazeres é o principal objetivo (ainda que as letras relatem de valores que são ambíguos em relação aos desejos íntimos de cada um). Então não é falta de tempo. Poderíamos dizer que é falta de conhecimento, mas as campanhas, a alfabetização, as melhorias nas condições de saúde e ensino, além do acesso à televisão e internet não nos permite afirmar nada a respeito de falta de informação.

O que devemos colocar em mente é que política é um assunto sério (exclua-se daqui, é claro, os artistas-políticos que fazem da propaganda uma comédia...) e precisa ser tradada em algum momento. É no momento do voto que temos a chance de mudar toda essa realidade. Qual realidade? A realidade que o Brasil se encontra nas mãos de gente suja que nós mesmos colocamos no poder. O voto é a única forma, é a única chance, é o único meio de revolução legítimo.

E agora, Deus deve entrar nessa história. Nossas escolhas, sejamos cristãos ou não, sempre são baseadas em nosso conhecimento, nossos valores e princípios. Precisamos aprender a enxergas nas pessoas um pouco do seu caráter. Não podemos nos conformar com a irresponsabilidade nem com a impunidade. Devemos ser justos e capazes de tomar decisões independentes e baseadas na razão. Mas só podemos fazer isso quando estamos livres e isso somente acontece quando estamos ligados a Deus. Nossas limitações não permitem olhar o coração de ninguém, mas Deus pode. Ele nos revela a verdade desde que a busquemos. E se você pensa que isso não se aplica à política, está enganado. Isso se aplica a tudo. Observe as propostas dos candidatos, seus planos, suas ideias e ideais políticos. Aqueles que não apresentam o mínimo, já devem ser excluídos de imediato. Por fim peça orientação de Deus e faça a escolha certa.

Contudo, é válido ressaltar, que Jesus mesmo nos afirma que esse mundo sofrerá grandemente e o mal reinará nos últimos tempos (Ver Mateus, cap. 24). Podemos pensar na utilidade de se tentar mudar algo que certamente será subvertido. É aí que se encontra o erro de não se pensar em política: eu não quero ser contado com aqueles que participaram da subversão, quero ser contado com aqueles que buscaram fazer o bem, tentaram ser honestos, tentaram fazer o certo, mesmo que pareçam nadar contra uma corrente bem mais forte. Mas, estando do lado Certo, qualquer guerra é vencida. Do contrário, seremos omissos (o que também é pecado e crime na lei dos homens), e omissão é a principal característica dos covardes.